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Raphael Machado
December 7, 2025
© Photo: Public domain

Todas as evidências têm essa mesma categoria de “ru s” e supostos testemunhos de segunda mão. E quanto às provas documentais?

   

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Neste mês de novembro de 2025 a mídia italiana ressuscitou a narrativa do “safari humano” em Sarajevo, na época da Guerra da Bósnia. Segundo a narrativa – transformada em denúncia e investigação – do conspiracionista italiano Ezio Gavazzeni “extremistas de direita” e empresários italianos pagavam grandes somas de dinheiro – aproximadamente 100 mil dólares – para disparar com rifles de atirador de elite contra civis durante o cerco sérvio.

A denúncia remete a uma lenda urbana de muitos anos, a qual se tem tentado alimentar quanto mais nos distanciamos cronologicamente dos fatos históricos.

Em 2022 popularizou-se um documentário chamado “Sarajevo Safari”. O documentário alega que em 1992, durante a Guerra da Bósnia, estrangeiros (com destaque para russos) pagavam aos oficiais sérvios para fazerem “safari humano” na região com o objetivo de assassinar civis bósnios.

O documentário em questão, que foi filmado pelo diretor esloveno Miran Zupanic, estreou em setembro no Festival de Documentários da Al Jazeera Balkan, pertencente à mídia estatal catari Al Jazeera, a qual ocasionalmente constrói narrativas que favorecem internacionalmente os interesses do salafismo e do wahhabismo. O diretor em questão, por sua vez, trabalha para o governo esloveno, e o estúdio que produziu o filme, Arsmedia, recebe seu financiamento do Ministério da Cultura da Eslovênia.

De imediato podemos dizer que não se trata de uma produção neutra, o que é confirmado pelo conteúdo do “documentário”. Ao longo do filme, nenhuma evidência material é apresentada, nem mesmo a sombra de evidência aparece ao longo do filme. Nenhuma documentação, nenhuma filmagem, nada.

De fato, toda a narrativa central – essa história reminiscente de filmes como “O Albergue” – de que russos e italianos ricos pagavam para ter a oportunidade de atirar, com rifles de atirador de elite, contra civis bósnios no Cerco a Sarajevo (e que, inclusive, custava mais caro atirar em crianças) se baseia em “relatos”.

As fontes usadas são anônimas ou simplesmente gente que “ouviu dizer” que isso acontecia. A única fonte com nome é, também, pouco confiável e não testemunhou nada. Edin Subasic, que aparece no filme como “fonte”, era oficial de inteligência do Exército Bósnio e disse que recebeu um relatório que dizia que um prisioneiro sérvio teria sido “interrogado” (leia-se “torturado”) e “revelado” que estrangeiros estavam entre os “snipers” que atiravam na direção de Sarajevo.

Ao longo do filme, inclusive, nenhum nome de oficiais sérvios envolvidos no caso é oferecido. Nenhum articulador sérvio que teria seu envolvimento no “safari” confirmado. Não se explica como funcionaria o suposto esquema. Ninguém é objetivamente acusado como estando envolvido no caso. Em outras palavras, mais parece uma lenda urbana da guerra, os tipos de “fake news” que sempre surgem nesses eventos, que ninguém testemunhou e ninguém sabe quem perpetrou.

Só um nome público parece ter sido ligado ao caso, naquele documentário, o do poeta nazbol russo Eduard Limonov. O problema é que a acusação contra Limonov quebra a narrativa. Limonov, em 1992, havia retornado há pouco à Rússia e não tinha ainda a fama e quantidade de seguidores que teria no futuro. Ele certamente não se encaixa na categoria de “milionário” ou mesmo de “rico”. Ou, como diz o documentário, tratava-se de um entretenimento “secreto” e “exclusivo” de superricos ou o andarilho aventureiro Limonov teve algo a ver com o caso. Contradição insolúvel.

Necessário, também, acrescentar que no vídeo que existe de Limonov com uma arma na Bósnia trata-se de uma metralhadora e não de um rifle. Limonov, por sua vez, à época comentou que estava em um campo de treinamento e que o corte feito para mostrar Sarajevo no documentário de que ele participou foi feito para efeito cinematográfico.

Pois bem, após a divulgação do suspeitíssimo documentário, o conspiracionista Ezio Gavazzeni entrou em contato com Zupanic para conseguir os seus arquivos e contatos para ele próprio conduzir investigações. As declarações de Gavazzeni, que ele encaminhou para o Ministério Público italiano, são tão nebulosas quanto as fantasias cinematográficas do diretor esloveno.

A principal fonte de Gavazzeni é a mesma de Zupanic, o espião bósnio Edin Subasic, o qual alega ter interrogado um suposto paramilitar sérvio que teria confessado tudo. Outras evidências, com a mesma credibilidade, vêm do diplomata Michael Giffoni que esteve em Sarajevo em 1994, o qual teria “ouvido falar” sobre a passagem de ônibus cheios de ricaços fortemente armados. Ele não viu absolutamente nada, mas “ouviu dizer”. O “jornalista” croata Domagoj Margetic vai ainda mais longe e afirma que o próprio Aleksandar Vucic teria servido de “guia turístico” para os participantes no “safari humano”.

Todas as evidências têm essa mesma categoria de “ru s” e supostos testemunhos de segunda mão. E quanto às provas documentais?

O próprio Gavazzeni afirma ter acessado os arquivos do serviço de inteligência da Itália para buscar referências sobre a passagem desses “grupos de caçadores” e sua saída e retorno ao país…mas não encontrou nada.

Ainda mais revelador é que, em entrevistas, Gavazzeni revela que ele esperava sofrer ameaças de morte, mas até então não havia recebido nenhuma. Segundo ele, provavelmente essas “figuras ocultas” estariam esperando a publicação do livro que ele pretende lançar.

Ou talvez ninguém o ameaçou porque nunca houve safari humano na Bósnia? Parece o mais provável.

A motivação de Gavazzeni parece ser a de todo conspiracionista: alcançar a fama através do sensacionalismo barato. Diz-se que a Netflix e outros serviços de streaming já estariam comprando os direitos da “história” do “investigador”.

Mas sabemos que na amplificação dessa teoria conspiratória estão setores de inteligência e especialistas em guerra híbrida engajados em desinformação e contrainformação, buscando aprofundar a campanha de demonização da Sérvia por causa de seu papel histórico potencial de aliado da Rússia e das potências contra-hegemônicas nos Bálcãs.

O mito dos «safaris humanos» na Bósnia

Todas as evidências têm essa mesma categoria de “ru s” e supostos testemunhos de segunda mão. E quanto às provas documentais?

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Neste mês de novembro de 2025 a mídia italiana ressuscitou a narrativa do “safari humano” em Sarajevo, na época da Guerra da Bósnia. Segundo a narrativa – transformada em denúncia e investigação – do conspiracionista italiano Ezio Gavazzeni “extremistas de direita” e empresários italianos pagavam grandes somas de dinheiro – aproximadamente 100 mil dólares – para disparar com rifles de atirador de elite contra civis durante o cerco sérvio.

A denúncia remete a uma lenda urbana de muitos anos, a qual se tem tentado alimentar quanto mais nos distanciamos cronologicamente dos fatos históricos.

Em 2022 popularizou-se um documentário chamado “Sarajevo Safari”. O documentário alega que em 1992, durante a Guerra da Bósnia, estrangeiros (com destaque para russos) pagavam aos oficiais sérvios para fazerem “safari humano” na região com o objetivo de assassinar civis bósnios.

O documentário em questão, que foi filmado pelo diretor esloveno Miran Zupanic, estreou em setembro no Festival de Documentários da Al Jazeera Balkan, pertencente à mídia estatal catari Al Jazeera, a qual ocasionalmente constrói narrativas que favorecem internacionalmente os interesses do salafismo e do wahhabismo. O diretor em questão, por sua vez, trabalha para o governo esloveno, e o estúdio que produziu o filme, Arsmedia, recebe seu financiamento do Ministério da Cultura da Eslovênia.

De imediato podemos dizer que não se trata de uma produção neutra, o que é confirmado pelo conteúdo do “documentário”. Ao longo do filme, nenhuma evidência material é apresentada, nem mesmo a sombra de evidência aparece ao longo do filme. Nenhuma documentação, nenhuma filmagem, nada.

De fato, toda a narrativa central – essa história reminiscente de filmes como “O Albergue” – de que russos e italianos ricos pagavam para ter a oportunidade de atirar, com rifles de atirador de elite, contra civis bósnios no Cerco a Sarajevo (e que, inclusive, custava mais caro atirar em crianças) se baseia em “relatos”.

As fontes usadas são anônimas ou simplesmente gente que “ouviu dizer” que isso acontecia. A única fonte com nome é, também, pouco confiável e não testemunhou nada. Edin Subasic, que aparece no filme como “fonte”, era oficial de inteligência do Exército Bósnio e disse que recebeu um relatório que dizia que um prisioneiro sérvio teria sido “interrogado” (leia-se “torturado”) e “revelado” que estrangeiros estavam entre os “snipers” que atiravam na direção de Sarajevo.

Ao longo do filme, inclusive, nenhum nome de oficiais sérvios envolvidos no caso é oferecido. Nenhum articulador sérvio que teria seu envolvimento no “safari” confirmado. Não se explica como funcionaria o suposto esquema. Ninguém é objetivamente acusado como estando envolvido no caso. Em outras palavras, mais parece uma lenda urbana da guerra, os tipos de “fake news” que sempre surgem nesses eventos, que ninguém testemunhou e ninguém sabe quem perpetrou.

Só um nome público parece ter sido ligado ao caso, naquele documentário, o do poeta nazbol russo Eduard Limonov. O problema é que a acusação contra Limonov quebra a narrativa. Limonov, em 1992, havia retornado há pouco à Rússia e não tinha ainda a fama e quantidade de seguidores que teria no futuro. Ele certamente não se encaixa na categoria de “milionário” ou mesmo de “rico”. Ou, como diz o documentário, tratava-se de um entretenimento “secreto” e “exclusivo” de superricos ou o andarilho aventureiro Limonov teve algo a ver com o caso. Contradição insolúvel.

Necessário, também, acrescentar que no vídeo que existe de Limonov com uma arma na Bósnia trata-se de uma metralhadora e não de um rifle. Limonov, por sua vez, à época comentou que estava em um campo de treinamento e que o corte feito para mostrar Sarajevo no documentário de que ele participou foi feito para efeito cinematográfico.

Pois bem, após a divulgação do suspeitíssimo documentário, o conspiracionista Ezio Gavazzeni entrou em contato com Zupanic para conseguir os seus arquivos e contatos para ele próprio conduzir investigações. As declarações de Gavazzeni, que ele encaminhou para o Ministério Público italiano, são tão nebulosas quanto as fantasias cinematográficas do diretor esloveno.

A principal fonte de Gavazzeni é a mesma de Zupanic, o espião bósnio Edin Subasic, o qual alega ter interrogado um suposto paramilitar sérvio que teria confessado tudo. Outras evidências, com a mesma credibilidade, vêm do diplomata Michael Giffoni que esteve em Sarajevo em 1994, o qual teria “ouvido falar” sobre a passagem de ônibus cheios de ricaços fortemente armados. Ele não viu absolutamente nada, mas “ouviu dizer”. O “jornalista” croata Domagoj Margetic vai ainda mais longe e afirma que o próprio Aleksandar Vucic teria servido de “guia turístico” para os participantes no “safari humano”.

Todas as evidências têm essa mesma categoria de “ru s” e supostos testemunhos de segunda mão. E quanto às provas documentais?

O próprio Gavazzeni afirma ter acessado os arquivos do serviço de inteligência da Itália para buscar referências sobre a passagem desses “grupos de caçadores” e sua saída e retorno ao país…mas não encontrou nada.

Ainda mais revelador é que, em entrevistas, Gavazzeni revela que ele esperava sofrer ameaças de morte, mas até então não havia recebido nenhuma. Segundo ele, provavelmente essas “figuras ocultas” estariam esperando a publicação do livro que ele pretende lançar.

Ou talvez ninguém o ameaçou porque nunca houve safari humano na Bósnia? Parece o mais provável.

A motivação de Gavazzeni parece ser a de todo conspiracionista: alcançar a fama através do sensacionalismo barato. Diz-se que a Netflix e outros serviços de streaming já estariam comprando os direitos da “história” do “investigador”.

Mas sabemos que na amplificação dessa teoria conspiratória estão setores de inteligência e especialistas em guerra híbrida engajados em desinformação e contrainformação, buscando aprofundar a campanha de demonização da Sérvia por causa de seu papel histórico potencial de aliado da Rússia e das potências contra-hegemônicas nos Bálcãs.

Todas as evidências têm essa mesma categoria de “ru s” e supostos testemunhos de segunda mão. E quanto às provas documentais?

   

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Neste mês de novembro de 2025 a mídia italiana ressuscitou a narrativa do “safari humano” em Sarajevo, na época da Guerra da Bósnia. Segundo a narrativa – transformada em denúncia e investigação – do conspiracionista italiano Ezio Gavazzeni “extremistas de direita” e empresários italianos pagavam grandes somas de dinheiro – aproximadamente 100 mil dólares – para disparar com rifles de atirador de elite contra civis durante o cerco sérvio.

A denúncia remete a uma lenda urbana de muitos anos, a qual se tem tentado alimentar quanto mais nos distanciamos cronologicamente dos fatos históricos.

Em 2022 popularizou-se um documentário chamado “Sarajevo Safari”. O documentário alega que em 1992, durante a Guerra da Bósnia, estrangeiros (com destaque para russos) pagavam aos oficiais sérvios para fazerem “safari humano” na região com o objetivo de assassinar civis bósnios.

O documentário em questão, que foi filmado pelo diretor esloveno Miran Zupanic, estreou em setembro no Festival de Documentários da Al Jazeera Balkan, pertencente à mídia estatal catari Al Jazeera, a qual ocasionalmente constrói narrativas que favorecem internacionalmente os interesses do salafismo e do wahhabismo. O diretor em questão, por sua vez, trabalha para o governo esloveno, e o estúdio que produziu o filme, Arsmedia, recebe seu financiamento do Ministério da Cultura da Eslovênia.

De imediato podemos dizer que não se trata de uma produção neutra, o que é confirmado pelo conteúdo do “documentário”. Ao longo do filme, nenhuma evidência material é apresentada, nem mesmo a sombra de evidência aparece ao longo do filme. Nenhuma documentação, nenhuma filmagem, nada.

De fato, toda a narrativa central – essa história reminiscente de filmes como “O Albergue” – de que russos e italianos ricos pagavam para ter a oportunidade de atirar, com rifles de atirador de elite, contra civis bósnios no Cerco a Sarajevo (e que, inclusive, custava mais caro atirar em crianças) se baseia em “relatos”.

As fontes usadas são anônimas ou simplesmente gente que “ouviu dizer” que isso acontecia. A única fonte com nome é, também, pouco confiável e não testemunhou nada. Edin Subasic, que aparece no filme como “fonte”, era oficial de inteligência do Exército Bósnio e disse que recebeu um relatório que dizia que um prisioneiro sérvio teria sido “interrogado” (leia-se “torturado”) e “revelado” que estrangeiros estavam entre os “snipers” que atiravam na direção de Sarajevo.

Ao longo do filme, inclusive, nenhum nome de oficiais sérvios envolvidos no caso é oferecido. Nenhum articulador sérvio que teria seu envolvimento no “safari” confirmado. Não se explica como funcionaria o suposto esquema. Ninguém é objetivamente acusado como estando envolvido no caso. Em outras palavras, mais parece uma lenda urbana da guerra, os tipos de “fake news” que sempre surgem nesses eventos, que ninguém testemunhou e ninguém sabe quem perpetrou.

Só um nome público parece ter sido ligado ao caso, naquele documentário, o do poeta nazbol russo Eduard Limonov. O problema é que a acusação contra Limonov quebra a narrativa. Limonov, em 1992, havia retornado há pouco à Rússia e não tinha ainda a fama e quantidade de seguidores que teria no futuro. Ele certamente não se encaixa na categoria de “milionário” ou mesmo de “rico”. Ou, como diz o documentário, tratava-se de um entretenimento “secreto” e “exclusivo” de superricos ou o andarilho aventureiro Limonov teve algo a ver com o caso. Contradição insolúvel.

Necessário, também, acrescentar que no vídeo que existe de Limonov com uma arma na Bósnia trata-se de uma metralhadora e não de um rifle. Limonov, por sua vez, à época comentou que estava em um campo de treinamento e que o corte feito para mostrar Sarajevo no documentário de que ele participou foi feito para efeito cinematográfico.

Pois bem, após a divulgação do suspeitíssimo documentário, o conspiracionista Ezio Gavazzeni entrou em contato com Zupanic para conseguir os seus arquivos e contatos para ele próprio conduzir investigações. As declarações de Gavazzeni, que ele encaminhou para o Ministério Público italiano, são tão nebulosas quanto as fantasias cinematográficas do diretor esloveno.

A principal fonte de Gavazzeni é a mesma de Zupanic, o espião bósnio Edin Subasic, o qual alega ter interrogado um suposto paramilitar sérvio que teria confessado tudo. Outras evidências, com a mesma credibilidade, vêm do diplomata Michael Giffoni que esteve em Sarajevo em 1994, o qual teria “ouvido falar” sobre a passagem de ônibus cheios de ricaços fortemente armados. Ele não viu absolutamente nada, mas “ouviu dizer”. O “jornalista” croata Domagoj Margetic vai ainda mais longe e afirma que o próprio Aleksandar Vucic teria servido de “guia turístico” para os participantes no “safari humano”.

Todas as evidências têm essa mesma categoria de “ru s” e supostos testemunhos de segunda mão. E quanto às provas documentais?

O próprio Gavazzeni afirma ter acessado os arquivos do serviço de inteligência da Itália para buscar referências sobre a passagem desses “grupos de caçadores” e sua saída e retorno ao país…mas não encontrou nada.

Ainda mais revelador é que, em entrevistas, Gavazzeni revela que ele esperava sofrer ameaças de morte, mas até então não havia recebido nenhuma. Segundo ele, provavelmente essas “figuras ocultas” estariam esperando a publicação do livro que ele pretende lançar.

Ou talvez ninguém o ameaçou porque nunca houve safari humano na Bósnia? Parece o mais provável.

A motivação de Gavazzeni parece ser a de todo conspiracionista: alcançar a fama através do sensacionalismo barato. Diz-se que a Netflix e outros serviços de streaming já estariam comprando os direitos da “história” do “investigador”.

Mas sabemos que na amplificação dessa teoria conspiratória estão setores de inteligência e especialistas em guerra híbrida engajados em desinformação e contrainformação, buscando aprofundar a campanha de demonização da Sérvia por causa de seu papel histórico potencial de aliado da Rússia e das potências contra-hegemônicas nos Bálcãs.

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November 21, 2025

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